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A mostrar mensagens de outubro, 2022

Autobiografia

  “Nasci” quando o meu filho nasceu, aquele ser pequeno que dependia tanto de mim e mal sabia eu, que era ele que me ia ensinar a amar os outros e a mim mesma. Antes disso, vivi numa guerra travada pelos meus pais separados. O meu pai, que era a minha imagem de ódio, fazia-me a vida num inferno, sempre com punições e regras, às quais eu tinha um prazer enorme de contrariar. A minha mãe era o meu anjinho, que me passava sempre a mão e que contornava os castigos que me eram impostos. Na altura, o que eu não imaginava nem esperava, era o vazio enorme que senti sair do meu peito, já que o meu anjinho viria a tornar-se no bebé que eu tinha de tomar conta. Ela foi ao fundo e eu fui com ela, por muita força que eu aparentasse ter, aqueles primeiros tempos sugaram-me a vida. Eu ainda era uma criança, que estava a passar um mau bocado, algo que ninguém reparou ou entendeu, mas isso não era algo que me admirasse, já que sempre acharam que eu podia aguentar tudo e nunca cair ou até mesmo, chora